A iniciativa da profissional Sarah Ramos, apoiada pelo Pacto Alegre, também pretende destacar a urgência da conscientização ambiental. Conheça o Realidade Imersa!
Durante a catástrofe climática que atingiu o Rio Grande do Sul, a diretora de criação e artista Sarah Ramos encontrou uma maneira criativa e impactante de documentar a tragédia e permitir que outras pessoas vivenciem um pouco dessa realidade.
Utilizando uma câmera 360º, ela capturou imagens imersivas das enchentes em diversos pontos do Estado, inclusive a partir de um barco, registrando o drama das áreas alagadas com riqueza de detalhes.
Batizada de “Realidade Imersa”, a proposta consiste em oferecer uma experiência de realidade virtual única: com o uso de óculos de realidade virtual, a pessoa experiencia as regiões afetadas pela enchente. Assim, pode se ter uma ideia mais concreta da situação daqueles que sofreram – e ainda sofrem – com os impactos dessa tragédia.
Experiência Imersiva para além dos números
De acordo com a idealizadora, o projeto nasceu da vontade de ir além das imagens estáticas e reportagens tradicionais.
“Muitas pessoas veem os números das enchentes, mas não conseguem entender a verdadeira dimensão do que está acontecendo. Ver imagens ou vídeos é muito diferente de se sentir navegando por minutos em um barco na cidade, cercado apenas por uma imensidão de água, telhados e fios elétricos. A experiência deixa as pessoas profundamente impactadas e, com uma nova compreensão da situação, muitas vezes, são motivadas a agir”, conta Sarah.
Ela ainda relata que é comum reação de espanto de quem passa pela experiência e descobre que as imagens foram feitas um mês após o início da enchente.
“Algumas pessoas não se dão conta de que, até hoje, muitos gaúchos não tiveram como recuperar suas moradias ou móveis”, completa.
O projeto tem apoio de profissionais da Associação Brasileira de Realidade Estendida (XRBR), tanto para o desenvolvimento quanto para a exibição em grandes eventos, como o Rio Innovation Week e Hackathon.
Pacto Alegre como suporte
Com o Pacto Alegre como parceiro, através do projeto Comunicação Resiliente, o Realidade Imersa pretende expandir sua atuação. Além disso, Sarah busca novos patrocinadores e apoiadores, a fim de continuar aprimorando a tecnologia utilizada para proporcionar uma experiência ainda mais imersiva e educativa.
“O objetivo é não só documentar as enchentes, mas também gerar empatia e mobilização social para futuros desastres ambientais”, conclui Sarah.
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Comunicação Resiliente
A comunicação pode – e deve – ser um recurso potente no enfrentamento à emergência climática no RS: desde como se encara a situação e como os diferentes veículos a comunicam até o combate à desinformação.
A partir desse diagnóstico, o Pacto Alegre propôs o Projeto Comunicação Resiliente. A ideia é promover uma comunicação com base em transparência de informações, acesso aos dados e orientações técnicas.
Nesse sentido, a iniciativa acontece em um formato de governança e articulação, que reúne comunicadores, empresas de comunicação, departamentos governamentais, cursos de universidades e atores sociais. O modelo proposto é baseado em três eixos estruturantes: narrativa, emergência climática e resiliência.