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A ilustração retrata o período preparatório até à primeira reunião do Pacto Alegre

Do PAT ao Pacto Alegre: a inovação feita por muitas mãos

Desde a década de 90, Porto Alegre vem experimentando quatro importantes ciclos de projetos de amplo envolvimento da sociedade para transformar a cidade em um ecossistema de inovação de classe mundial. O PAT – Programa Porto Alegre Tecnópole (primeiro ciclo), o CITE – Comunidade, Inovação, Tecnologia e Empreendedorismo (segundo ciclo), a Inovapoa – Agência de Desenvolvimento e Inovação para Porto Alegre (terceiro ciclo) e o Pacto Alegre (quarto ciclo).

Estes movimentos geraram um caldo cultural convergente e dinâmico entre pessoas, ideias e projetos na área de inovação. Ao longo dos quatro ciclos, diversos governos de diferentes partidos atuaram neste sentido (PT, MDB, PDT e PSDB), em sintonia e engajamento com segmentos acadêmicos e empresariais.

Primeiro ciclo

A década de 90 foi um marco para os ambientes de inovação do Rio Grande do Sul. Em 1995, a Prefeitura de Porto Alegre articulou uma ação que envolveu nove entidades da tripla hélice (FIERGS, FEDERASUL, SEBRAE, CUT, PUCRS, UNISINOS, UFRGS, PMPA e Estado do RS) no âmbito da região metropolitana de Porto Alegre, que culminou no PAT. O projeto envolveu um convênio com a França e teve como inspiração as tecnopoles do país. Foi liderado por Tarso Genro, prefeito de Porto Alegre na época, e coordenado por Ghissia Heuser.

O início da década de 2000 foi marcado pelo surgimento do Polo de Informática de São Leopoldo, precursor dos ambientes de inovação do Estado. Em seguida, no ano de 2003, surgiu o Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc), em Porto Alegre, e em 2009, o Parque Tecnológico de São Leopoldo, junto à Unisinos (Tecnosinos). Ambos se tornaram referência nacional na área e foram premiados cinco vezes nos últimos anos como Melhor Parque Tecnológico do Brasil, pela Anprotec, pelo Sebrae e pelo MCTI (Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação).

Na sequência, foram inaugurados o Parque Tecnológico da FEEVALE, em Campo Bom, na região metropolitana; e o ZENIT, Parque Científico e Tecnológico da UFRGS, em Porto Alegre. Ao longo desde período, as incubadoras e espaços de coworking se proliferaram na capital, tanto nas Universidades (CEI, HESTIA, ICBIOT e demais incubadoras da Rede de Incubadoras da UFRGS, RAIAR na PUCRS, ESPM, etc.), como nas iniciativas do governo municipal (IETEC e POA.HUB) e nos empreendimentos privados (Nós, Flowork, UFO, Área 51, etc).

Segundo ciclo

Na década de 2010 surgiu um novo movimento com amplitude semelhante ao PAT, mas com foco na cidade e liderado por empresários, o CITE. O grupo era formado por empreendedores de tecnologia e profissionais de referência nas áreas empresarial e acadêmica, liderados pelos empresários José Cesar Martins e Alfredo Fedrizzi, inspirados no Vale do Silício, nos Estados Unidos. Eles tinham um propósito comum: modernizar o processo de desenvolvimento de Porto Alegre e, consequentemente, reposicionar a capital no cenário internacional de investimentos em inovação.

Terceiro ciclo

Reforçando o posicionamento de Porto Alegre na área de inovação, implantou-se uma estrutura capaz de impulsionar o tema na prefeitura municipal. Assim, foi concebida a Inovapoa, agência estruturada nos moldes de experiências internacionais de sucesso e implantada como parte do gabinete da prefeitura. Ao longo dos anos, esta ação foi protagonizada pelo poder público nos governos de José Fogaça e José Fortunati, tendo as gestões de César Busatto, Newton Braga Rosa e Deborah Vilela.

Quarto ciclo

Mais recentemente, no ano de 2018, por iniciativa das Universidades UFRGS, UNISINOS e PUCRS, foi criada a Aliança para Inovação. Em 2019, emerge o Pacto Alegre, reunindo os componentes da quádrupla hélice, impulsionados pela Aliança, em conjunto com a Prefeitura Municipal, e sob a liderança dos Reitores Rui Oppermann (UFRGS), Pe. Marcelo Aquino (UNISINOS) e Ir. Evilázio Teixeira (PUCRS), juntamente com o Prefeito Nelson Marchezan Jr, com a participação ativa dos empresários Aod Cunha, Marciano Testa e Nelson Sirotsky, tendo como referência o modelo de Barcelona.

Tudo indica que estamos prontos, como sociedade, para vislumbrar uma Porto Alegre melhor para se viver.