Bastidores do pré-Congresso Popular de Educação para a Cidadania na Grande Cruzeiro

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Bastidores do pré-Congresso Popular de Educação para a Cidadania na grande Cruzeiro

Pensem num Congresso potente e verdadeiramente vivenciado nas comunidades de Porto Alegre. Trata-se do Congresso Popular de Educação para a Cidadania, espaço de construção colaborativa para a transformação de cidadãos e de cidadãs em agentes de uma sociedade mais empática, equânime e sustentável. Promovido pelo coletivo Ponta Comunidades, no horizonte está a terceira edição.

A iniciativa surgiu com o objetivo de promover um ambiente diverso para o debate e integração das pessoas que entendem a educação como um pilar fundamental para essa mudança. Sem perder de vista a “cultura” como quarto pilar do desenvolvimento sustentável, para além das dimensões econômica, social e ambiental. Antes mesmo do evento oficial, são realizados encontros chamados de “pré-congresso” e eu pude acompanhar um deles como representante do Pacto Alegre.

No dia do evento, me dirigi para a vila. Como foi bacana ver a evolução do bairro! Lá, eu costumava frequentar o Posto de Saúde e onde, jovem, trabalhei em missões em diálogo com a comunidade da Santa Teresa, na Rua Comandai, nas décadas de 1980 e 1990, mais precisamente. São muitas memórias que guardo com carinho.

Chegando ao local, logo encontrei a Negra Jacque e vi que a plenária ia ser um sucesso – como de costume, aliás. À tarde, houve uma homenagem à memória da gaúcha articuladora das mulheres do Hip Hop, a Malu Viana, também conhecida como Flor do Gueto, falecida em 2021. Além de uma grande amiga, ela foi responsável por trazer a CUFA para o Rio Grande do Sul, no início dos anos 2000. Que legado nos deixou!

Pertinho do mirante do morro, no Centro Comunitário I.C.E.A. Malvina, dava para ver por todos os lados pessoas com camisetas da 1º e 2º edições do Congresso, mostrando o quanto a continuidade dos encontros é importante para manter a inovação viva. Os elos que se constroem, as trocas realizadas, tudo isso é muito relevante e colabora para manter o evento pujante. Foi lindo ver uma cena como essa praticamente às vésperas da 3ª edição do congresso.

Acima do espaço onde as crianças aprendem slackline – um esporte muito divertido, cujo objetivo central é permanecer o maior tempo possível se equilibrando sobre uma fita de nylon, apoiada entre dois pontos fixos –, Didi e Luciano (ICEA) montaram o evento. 

Estava radiante! Na programação, o multiartista DKG – Dekilograma fez a animação e o Gabriel, do Ponta, mostrou como acessar o aplicativo do Congresso. Nas rodas de conversa, o pessoal ia interagindo com a plataforma e registrando o fruto das discussões que estavam acontecendo naquele pré-evento. 

Em entrevista ao fotógrafo e videomaker Jader Peixoto, destaquei a importância de igualmente se debater os avanços e os desafios da educomunicação entre as pautas do congresso, com foco na Educação Midiática. No Pacto Alegre, estamos desenvolvendo propostas nessa área tão cara para mim, como pessoa e como profissional.

O resumo do dia? Acima de tudo, estava bonito de ver. Teve muita música, feira de empreendedorismo e também crianças fazendo a cobertura jornalística, como a Larissa, filha do Michel Couto, do Hub Formô e articulador do Pacto Alegre. É a nova geração sendo protagonista e trilhando o seu caminho. 

Comigo também estiveram, representando o Pacto Alegre, os professores Luiz Carlos Pinto e Jorge Audy, da UFRGS e da PUCRS, respectivamente. Os dois passaram articulando futuros projetos – e cabe ressaltar: com a empolgação de sempre. 

Acredito que posso elucidar/traduzir o pensamento de membros do GTO do Pacto Alegre quando digo que, para nós, é uma honra apoiar o Congresso Popular de Educação para a Cidadania. Vemos nele uma oportunidade para unir vozes, trocar ideias e construir juntos um futuro mais justo, democrático e inclusivo. 

O evento está marcado para os dias 12, 13 e 14 de setembro, na Grande Cruzeiro, e todos são bem-vindos para comparecer, contribuir e fazer parte deste movimento transformador. Bora participar?

Artigo por Sátira Machado

Professora de Culturas Afro-gaúchas, com destaque para a literatura negra do poeta “Oliveira Silveira” na literatura sul-riograndese e brasileira no contexto da América Latina, na Universidade Federal do Pampa (Unipampa). Curadora e coordenadora executiva do Projeto RS NEGRO (livro, revista, videodocumentário, músicas, aulas e posterbook). Membro do GTO do Pacto Alegre.

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