Cleiton Chiarel
Membro do GTO do Pacto Alegre
Somos os ancestrais do futuro. Cada voluntário do Pacto Alegre ou do Poa Inquieta, assim como todos que se somam às nossas ações nas comunidades tem isso em seu subconsciente: De querer deixar o mundo melhor do que encontrou. É algo que nosso mundo tem necessitado e se encontra em falta em muitos lugares: Humanidade nas relações! Compromisso cidadão, de direitos e deveres para o próximo.
Dentro do “Projeto Territórios Inovadores” buscamos gerar Capital Humano para nossa cidade e as escutas são a porta de entrada de um novo mundo, de esperança, de sonhos e na busca de dignidade e pertencimento real. Escutar é mais do que ouvir — é reconhecer saberes, validar vivências e construir junto. Cada vez que sentamos em uma roda, caminhamos pelo território ou acolhemos uma história, estamos não só colhendo informações, mas ativando vínculos e despertando potências que já existem ali. Foi assim que surgiram soluções verdadeiramente eficazes: não impostas de fora, mas construídas com quem vive o cotidiano do lugar. A escuta ativa é, portanto, uma tecnologia ancestral que pavimenta os caminhos da inovação social — e é por meio dela que seguimos projetando, juntos, os territórios do futuro.
Para gerarmos cultura cidadã e urbanismo social precisamos trazer esse equilíbrio para termos a possibilidade de dar um futuro melhor para as próximas gerações, tendo em mente quatro mantras: diversidade gera inovação; cultura cidadã gera reflexão; urbanismo social gera pertencimento; e educação gera oportunidades.
Construir a cultura cidadã que desejamos exige mais do que boas intenções — demanda presença, escuta, articulação e coragem para agir de forma coletiva e contínua. Os “Territórios Inovadores” nos mostram que a inovação social só acontece quando partimos do território, das pessoas e de suas histórias. Ao reconhecermos cada cidadão como agente de transformação, rompemos com lógicas excludentes e ativamos a potência do saber local. Que os próximos passos sejam guiados por essa consciência: de que não há futuro possível sem compromisso radical com o presente, com o outro e com a cidade que queremos deixar como legado.
*Artigo publicado no Jornal Zero Hora – 11 de agosto de 2025.