Festival no Morro da Cruz busca de inovação comunitária

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morro da cruz recebe festival

 A primeira edição do evento ocorreu em dois dias, no Morro da Cruz, em Porto Alegre.

Com foco na inteligência coletiva e no potencial transformador das periferias, a Formô Hub – em colaboração com o Pacto Alegre, organizações e líderes locais – realizou na sexta-feira (1º) e no sábado (2) o Festival de Reimaginação Morros do Futuro. O evento foi realizado na sede da iniciativa localizada no Morro da Cruz, em Porto Alegre.

Segundo Michel Couto, um dos organizadores do evento e fundador do Formô, a ideia para o projeto surgiu a partir de uma pesquisa sobre o índice de felicidade da comunidade:

“Por meio desta escuta ativa, surgiram as temáticas, como Saúde, Meio Ambiente, Educação e Empreendedorismo/inovação. Desses quatro nortes, estamos fazendo este hackathon (maratona de programação ou inovação), tendo trazer soluções que serão apresentadas ao final da programação”.

Na avaliação de  Jorge Audy, coordenador do Comitê Estratégico do Pacto Alegre e superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS e do Tecnopuc, a atividade oportuniza que a comunidade pense no futuro do Morro da Cruz, estendendo as soluções para toda a sociedade.

“Para nós é uma grande satisfação participar deste evento, colaborar e sermos mais um neste grande coletivo”, ressaltou.

Entre as atrações,  o rapper angolano Kanhanga participou do painel “Cultura e Futuro: A arte de virar o jogo!”, contando a sua trajetória como seu talento para o hip-hop se tornou uma fonte de renda ao investir em um canal do YouTube, que já conta com quase 500 mil inscritos. 

“As pessoas precisam enxergar outras possibilidades de viver a vida, os jovens precisam disso. Porque a partir dessas vivências eles vão poder projetar o futuro, a partir de eventos como esse que trazem esperança para as crianças dessa comunidade e até pra mim”, destacou o músico.

Ao final do dia, o antropólogo colombiano Santiago Uribe compartilhou com a plateia de maioria jovem como Medellín conseguiu se livrar do título de cidade “mais violenta do mundo”. De acordo com ele, uma das formas encontradas foi a criação de distritos organizados por vocações, promovendo a integração entre empresas e moradores de cada local.

“O processo mais importante na inovação são os jovens. Não existe uma cidade inovadora, porque as cidades inovadoras são formadas por pessoas. As comunidades que pensam de forma diferente, elas transformam objetos em tecnologia e espaços em territórios com significados”, pontuou Uribe.

Entre os espectadores estava a estudante e integrante do Projeto Pescar, Gabriella Bernardes, de 17 anos. A aluna do Colégio Adventista se prepara para entrar na faculdade de biomedicina.

“As palestras são muito motivadoras, espero um dia me tornar uma empreendedora e ser dona do meu próprio laboratório”, planeja a jovem. 

Além dos painéis, o evento também contou com workshops e serviços voltados para a comunidade (como corte de cabelo promovido pelo Senac). Ao final dos dois dias ocorreram apresentações culturais, música local e exibições de projetos ambientais e artísticos.

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