Projeto Limpeza Solidária, idealizado pelo Pacto Alegre, focará na captação e no treinamento de voluntários no RS

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Projeto Limpeza Solidária, idealizado pelo Pacto Alegre, focará na captação e no treinamento de voluntários no RS

Parte do Desafio Extraordinário Porto Alegre Resiliente, o programa de limpeza solidária visa à reorganização de residências e espaços públicos afetados na cidade, com a colaboração de diferentes setores da sociedade

Lodo, lixo, entulho, mobiliário urbano e dos lares atingidos. O cenário que fica após a água baixar precisa dar lugar a um novo começo para a Capital e todo o Estado. Um dos primeiros passos para essa etapa é a limpeza dessas áreas. Por isso, o Pacto Alegre lança o Projeto Limpeza Solidária, como parte do Desafio Extraordinário Porto Alegre Resiliente, com articulação de Leonardo Gonçalves, Head de Projetos do Pacto Alegre e professor da Unisinos, e Istefani Carisio, professora da UFRGS e membro do GTO do Pacto Alegre, e articulação adjunta de Rodrigo Severo, do Sicredi e membro do GTO do Pacto Alegre. 

“A captação de voluntários será feita por hotsite e formulário específicos, de ampla divulgação. Eles passarão por treinamentos técnicos, oferecidos por empresas especializadas em limpezas pesadas, e treinamentos para suporte socioemocional, realizados por profissionais da área. Dessa forma, poderemos prepará-los para os desafios encontrados em campo”, comenta Gonçalves. 

As operações de limpeza serão organizadas em equipes de voluntários, com número de participantes definidos, adequados ao tamanho e especificidades dos locais a serem limpos, permitindo uma cobertura ampla e eficiente. A articulação e a coordenação das equipes será realizada por organizações com experiência em voluntariado, assegurando a sustentabilidade e a continuidade do programa. 

Para isso, pretende-se utilizar o suporte de organismos internacionais e a Crisis Cleanup, uma plataforma colaborativa, de gerenciamento de ordens de serviço utilizada em desastres. A ação é de curto prazo e necessitará de kits e equipamentos profissionais de limpeza para a execução das atividades. “Estamos contando com o aporte de empresas para fornecer estes recursos. Também serão desenvolvidos, com apoio de especialistas em desastres, os conteúdos explicativos sobre a forma segura de reusar, reparar e descartar todo tipo de material encontrado nas residências e nas vias públicas, como móveis, medicamentos, roupas e alvenaria”, explica o Head de Projetos do Pacto Alegre.

A limpeza das residências é conectada com a que a Prefeitura Municipal de Porto Alegre está fazendo nas vias públicas por intermédio do aplicativo Meu Lar de Volta. Neste app, as pessoas se cadastram tanto para receber ajuda, para a limpeza de suas casas ou pequenos negócios, quanto para se voluntariar nesta ação. “Nós ficamos sabendo onde a Prefeitura está limpando e vamos até a área para fazer a primeira limpeza, aquela pesada, em que se tira a lama e móveis encharcados. Buscamos, com isso, devolver a dignidade e a esperança das pessoas”, detalha Gonçalves.

Até agora, a ação conta com a parceria de SOS RS, Green Thinking, ONG Lixo Zero, Meu Lar de Volta e Crisis Cleanup.

Sobre o Desafio Extraordinário Porto Alegre Resiliente

Foi criado com o intuito de mobilizar as forças da quádrupla hélice, que atuam no contexto do Pacto Alegre. O objetivo é fazer frente, de forma ecossistêmica, aos desafios atuais impostos pela enchente e trabalhar em medidas de prevenção.

“O Desafio Extraordinário Porto Alegre Resiliente abriga iniciativas e projetos, de curto e longo prazo, que objetivam atuar na mitigação dos efeitos das enchentes, decorrentes das mudanças climáticas, e na construção de uma nova visão de futuro da cidade e do Estado”, explica o Superintendente do Tecnopuc e representante da PUC-RS no Pacto Alegre, Jorge Audy.

Além do Projeto Limpeza Solidária, cinco outros projetos do Pacto Alegre compõem o desafio.

Eles englobam a discussão da emergência climática e ambiental que hoje assola o RS; a organização e atuação em abrigos e habitações de Porto Alegre, desde distribuição de alimentos até apoio psicossocial e segurança; a Comunicação Resiliente, que foca em orientar as mensagens produzidas e trazer uma visão de futuro aos porto-alegrenses após o período crítico das enchentes, bem como combater a desinformação; o Hospital Veterinário de Campanha (HVC), mantido por veterinários e farmacêuticos voluntários, que proporcionam a recuperação de inúmeros animais resgatados das inundações, realizando cirurgias e demais atendimentos necessários; e o Projeto Escuta que Faz Bem, iniciativa de curto prazo para a escuta ativa das vítimas das enchentes, que visa acolher os sentimentos de perda e luto, fortalecendo os recursos emocionais e a resiliência para a construção de novos caminhos de vida.

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