Não à guerra, sim à resiliência

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Não à guerra, sim à resiliência

Mais de 2 milhões de pessoas atingidas, milhares de pessoas resgatadas, 90% do Estado impactado diretamente. É fácil ceder ao sentimento de tristeza que nos toma e falar em “guerra” para se referir ao que passa o Rio Grande do Sul.

Porém, a comunicação tem uma força agregadora. Ela é um recurso potente no enfrentamento às enchentes. É através dela que a ciência e o governo podem alertar a sociedade sobre os perigos, orientar como melhor proceder. É também pela comunicação assertiva, transparente e baseada em fatos que combatemos a desinformação. É a comunicação que nos serve de bússola para nortear a nossa jornada, desviando do caos emocional e rumando a uma visão de futuro mais promissora.

O simbólico de toda esta situação que estamos vivendo tem um peso importante na vida das pessoas. Precisamos endereçar esta questão e trabalhar para que a cultura e o imaginário social não interfiram na reconstrução do Estado. Mais ainda, queremos que eles auxiliem nesse processo. E aqui a comunicação entra novamente como solução. Ela deve guiar o movimento para que o nosso moral coletivo seja de esperança, imbuído do espírito de reestruturação.

Por tudo isso, é imperativo que deixemos a ideia de “guerra” de lado e associemos o nosso contexto à “resiliência”. É a capacidade de retomarmos os nossos lares, as nossas atividades econômicas, o nosso Estado que deve ditar o nosso rumo. Posso soar como um patrulheiro quase, mas precisamos fiscalizar a nós mesmos quando contamos e reproduzimos o que assistimos e vivemos nas últimas semanas.

Falar em guerra é ceder ao caos, ao desgoverno. Falar em resiliência é valorizar o povo gaúcho, é corrigir a nossa rota, é colocar o Estado e, principalmente, as pessoas no caminho da reconstrução. 

Então, deixo aqui o meu convite aos colegas comunicadores, mas também a todos os gaúchos: vamos riscar a palavra “guerra” do nosso vocabulário quando o assunto for o Rio Grande do Sul. Vamos sublinhar o termo “resiliência” na nossa narrativa. As palavras têm força. A comunicação é poderosa. E precisamos contar com todos os aliados possíveis neste momento tão delicado.

Ricardo Gomes, publicitário e Head de Comunicação do Pacto Alegre

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