Como parte do Desafio Extraordinário Porto Alegre Resiliente, o Projeto Comunicação Resiliente trará o desenvolvimento de um plano de comunicação para gerenciamento da situação das enchentes, que foca em informar e orientar os gaúchos
A comunicação pode – e deve – ser um recurso potente no enfrentamento à emergência climática no RS. Desde como se encara a situação e como os diferentes veículos a comunicam até o combate à desinformação a partir das mensagens falsas que chegam à sociedade, ela perpassa o gerenciamento de uma crise como o Estado tem vivido.
A partir desse diagnóstico, o Pacto Alegre lança o Projeto Comunicação Resiliente, sob a articulação de Ricardo Gomes, Head de Comunicação do Pacto Alegre e publicitário da HOC, e Monica Timm, CEO da Elefante Letrado e membro do GTO do Pacto Alegre, e articulação adjunta de Daniela Lompa Nunes, Head de Estratégia do Pacto Alegre e fundadora da Purpous, e Michel Couto, fundador da Agência Formô e membro do GTO do Pacto Alegre.
Um dos principais objetivos da iniciativa é discutir a abordagem dos acontecimentos recentes e reproduzir informativos positivos, que possam ajudar os gaúchos a recobrarem a esperança.
“Vamos trabalhar em um plano para gerenciamento da situação a curto, médio e longo prazo, que foque em informar, que permita a retomada da cidade, evite a evasão de cidadãos e investimentos, e também melhore a autoestima do nosso povo, hoje arrasado física e emocionalmente”, explica Gomes.
De acordo com o projeto, a ideia é promover uma comunicação com base em transparência de informações, acesso aos dados e orientações técnicas. Dessa forma, os coordenadores acreditam que seja possível combater a desinformação e evitar o caos emocional, já que muitas pessoas ficam expostas aos prejuízos causados pelas enchentes e às diversas informações inverídicas que as colocam em riscos e criam problemas psicológicos.
“O simbólico de toda esta situação que estamos vivendo tem um peso importante na vida das pessoas. Precisamos endereçar esta questão e trabalhar para que a cultura e o imaginário social não interfiram na reconstrução do Estado. Mais ainda, queremos que eles auxiliem nesse processo. Para isso, a comunicação é a chave”, defende o Head de Comunicação do Pacto Alegre e articulador do projeto.
A iniciativa se dará em um formato de governança e articulação, que reúne comunicadores, empresas de comunicação, departamentos governamentais, cursos de universidades e atores sociais. Inicialmente, tem como parceiros House of Creativity (HOC), Ondaweb, Comunica Mais Assessoria Estratégica, Ecosys, Famecos (PUC-RS) e Purpous. A sua atuação será baseada em três eixos estruturantes: narrativa, emergência climática e resiliência.
“A narrativa apresentará uma visão de enfrentamento da situação, busca de investimentos e fortalecimento econômico e social. O segundo eixo vai orientar as pessoas sobre a necessidade de preservação do meio ambiente e cuidados da cidade. Não menos importante, a resiliência buscará a construção de uma uma cultura cidadã para o desenvolvimento, no embate às intempéries naturais, como forma de proteção da cidade e região metropolitana”, detalha Gomes.
Sobre o Desafio Extraordinário Porto Alegre Resiliente
Foi criado com o intuito de mobilizar as forças da quádrupla hélice, que atuam no contexto do Pacto Alegre. O objetivo é fazer frente, de forma ecossistêmica, aos desafios atuais impostos pela enchente e trabalhar em medidas de prevenção.
“O Desafio Extraordinário Porto Alegre Resiliente abriga iniciativas e projetos, de curto e longo prazo, que objetivam atuar na mitigação dos efeitos das enchentes, decorrentes das mudanças climáticas, e na construção de uma nova visão de futuro da cidade e do Estado”, explica o Superintendente do Tecnopuc e representante da PUC-RS no Pacto Alegre, Jorge Audy.
Além do Projeto Comunicação Resiliente, cinco outros projetos do Pacto Alegre compõem o desafio.
Eles englobam a discussão da emergência climática e ambiental que hoje assola o RS; a organização e atuação em abrigos e habitações de Porto Alegre, desde distribuição de alimentos até apoio psicossocial e segurança; a promoção de uma limpeza solidária, focada em residências e espaços públicos; o Hospital Veterinário de Campanha (HVC), mantido por veterinários e farmacêuticos voluntários, que proporcionam a recuperação de inúmeros animais resgatados das inundações, realizando cirurgias e demais atendimentos necessários; e o Projeto Escuta que Faz Bem, iniciativa de curto prazo para a escuta ativa das vítimas das enchentes, que visa acolher os sentimentos de perda e luto, fortalecendo os recursos emocionais e a resiliência para a construção de novos caminhos de vida.