Visando à saúde emocional dos porto-alegrenses, é lançado o Projeto Escuta que Faz Bem

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Projeto Escuta que Faz Bem

Incluído como um dos projetos do Desafio Extraordinário Porto Alegre Resiliente, do Pacto Alegre, o Projeto Escuta que Faz Bem pretende realizar uma ampla corrente de escuta ativa gratuita a todos os impactados direta ou indiretamente pelas cheias no Rio Grande do Sul

Muito tem se debatido sobre o acolhimento às pessoas em meio às cheias no Rio Grande do Sul, que precisam de locais seguros para se abrigarem e fazerem suas refeições. No entanto, é necessária uma visão de acolhimento integral do ser humano, ao considerar, também, a dimensão da saúde física e mental de todos os acolhidos e pessoas próximas.

O Projeto Escuta que Faz Bem visa atender essas necessidades, na perspectiva do cuidado com a saúde mental e emocional de projeto amplo, de escuta ativa, com metodologia validada e de fácil implementação. O Escuta que Faz Bem iniciou sua fase piloto em 20 de maio, com mais de 80 escutadores voluntários, oficialmente capacitados para o trabalho de escuta ativa. 

Projeto Escuta que Faz Bem

Em conversa com a reportagem de Coletiva.net, o comunicador e líder da iniciativa, Cesar Paz, contou que o projeto foi inspirado em uma política pública que existe em Medellín, Colômbia, chamada de ‘Escuchaderos’. “Evidente que para a realidade de Porto Alegre, especialmente dentro do contexto das enchentes, tínhamos necessidades específicas”, explicou. Para isso, o projeto procurou o coletivo ‘POA Inquieta’, o responsável técnico da iniciativa, junto ao ‘Domos Terapia’, para juntos construírem uma metodologia para um processo de escuta ativa durante as cheias na capital.

Conforme Cesar, em um primeiro momento, os parceiros construíram o projeto, na sua fase inicial, utilizando a rede de capilaridade da própria Panvel para fazer o processo de escuta, que era feito nas lojas da rede de farmácias. “A gente começou a fazer o processo de escuta ativa como um processo que trabalha muito a questão da saúde emocional, que é uma necessidade absurda em tempos de grande catástrofe”, disse.

Projeto Escuta que Faz Bem

No segundo momento, foram montadas e levadas tendas para fora das lojas da Panvel, assim como, mais tarde, para espaços públicos. Atualmente, os atendimentos ocorrem em oito lugares diferentes, sendo eles: Rodoviária de Porto Alegre; Mercado Público; Comunidade Rubem Berta; Comunidade Humaitá, em Canoas; Shopping Total; Shopping João Pessoa; Eldorado do Sul e por meio on-line.

O Coletivo POA Inquieta e Domus Terapia respondem tecnicamente pelo projeto e por sua metodologia. A realização do projeto, bem como a divulgação do serviço gratuito, está sendo realizada pela Rede Panvel, juntamente com a Eyxo.

Sobre o Desafio Extraordinário Porto Alegre Resiliente

Foi criado com o intuito de mobilizar as forças da quádrupla hélice, que atuam no contexto do Pacto Alegre. O objetivo é fazer frente, de forma ecossistêmica, aos desafios atuais impostos pela enchente e trabalhar em medidas de prevenção.

“O Desafio Extraordinário Porto Alegre Resiliente abriga iniciativas e projetos, de curto e longo prazo, que objetivam atuar na mitigação dos efeitos das enchentes, decorrentes das mudanças climáticas, e na construção de uma nova visão de futuro da cidade e do Estado”, explica Audy.

Além do Projeto Limpeza Solidária, cinco outros projetos do Pacto Alegre compõem o desafio.

Eles englobam a discussão da emergência climática e ambiental que hoje assola o RS; a organização e atuação em abrigos e habitações de Porto Alegre, desde distribuição de alimentos até apoio psicossocial e segurança; a Comunicação Resiliente, que foca em orientar as mensagens produzidas e trazer uma visão de futuro aos porto-alegrenses após o período crítico das enchentes, bem como combater a desinformação; o Hospital Veterinário de Campanha (HVC), mantido por veterinários e farmacêuticos voluntários, que proporcionam a recuperação de inúmeros animais resgatados das inundações, realizando cirurgias e demais atendimentos necessários; e o Projeto Escuta que Faz Bem, iniciativa de curto prazo para a escuta ativa das vítimas das enchentes, que visa acolher os sentimentos de perda e luto, fortalecendo os recursos emocionais e a resiliência para a construção de novos caminhos de vida.

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