Lideranças comunitárias, representantes do poder público, pesquisadores e artistas se reuniram em uma grande mobilização por inclusão social e transformação territorial em mais uma edição do Congresso Popular de Educação para a Cidadania (CPEC). A iniciativa que fortalece a prevenção à violência por meio do diálogo, da arte e da escuta ativa, aconteceu entre os dias 12 e 14 de setembro em Viamão e na comunidade Cabo Rocha, em Porto Alegre. O evento reuniu cultura, diálogo e protagonismo comunitário com apoio de governo, empresas, universidades e sociedade civil.
Membro do GTO do Pacto Alegre, CEO da IBIAMA e pesquisadora em Ética na Inteligência Artificial, Aline Barbosa, reforçou a importância de dar continuidade ao que é discutido nos encontros. “O pessoal estava muito feliz, isso foi legal de ver. Muita criança no evento, muita demonstração da cultura local, desde bijuterias, moda, até um desfile. A comunidade se tratou de igual para igual com representantes do governo, organizações e universidades. Mas é fundamental pensar nos próximos passos: o que será feito com todas as informações trocadas aqui?”, pondera.
Durante o evento, foi destacado que um dos projetos desenvolvidos no congresso foi acolhido pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que passa a coordenar sua execução em parceria com os territórios envolvidos. “A UFRGS já faz parte do Pacto Alegre, então conseguimos agregar nesse projeto específico, mantendo o foco no impacto social real e no protagonismo comunitário”, explica. Para Aline, o Pacto pode atuar como orquestrador nessa etapa de consolidação: “A gente faz muito esse papel de arquitetura, de costurar pontes, estruturar soluções e garantir que boas ideias se tornem ações visíveis e plausíveis.”
A programação incluiu manifestações artísticas e culturais, além de momentos de integração e celebração. A ação é organizada pelo grupo POntA Comunidades e pelas ONGs SUVE e Misturaí, com patrocínio do programa estadual RS Seguro COMunidade, Banrisul, BRDE e Corsan. Desde sua criação, o CPEC busca consolidar uma metodologia participativa, onde o saber das comunidades é valorizado e potencializado por meio da escuta, da cultura e da construção coletiva.
O congresso nasceu em 2021, fruto da mobilização de mais de 40 ONGs periféricas, desde então, já impactou mais de cinco mil moradores de dez comunidades da Região Metropolitana. A metodologia participativa e o vínculo com instituições como o poder público e as universidades, vêm fortalecendo o compromisso com soluções duradouras, desenhadas a partir do território.