Foto: Cesar Lopes/PMPA
Mais de 50 representantes de entidades do Pacto Alegre, programa que pretende transformar Porto Alegre em referência global como ecossistema de inovação, passaram a manhã num exercício de criação conjunta que resultou na concepção de três propostas de projetos de modernização da administração pública da cidade, para serem levados à próxima reunião da Mesa do Pacto Alegre, em 31 de maio. As propostas foram concebidas com a visão de que existe apoio para sua implantação imediata e que é possível gerar impactos mensuráveis até novembro de 2019.
Entre as ideias mais apoiadas, está a Cidade Transparente, que visa a dar maior acesso aos cidadãos sobre os dados de governo e estimular a participação cidadã nas ações da cidade. A proposta, denominada inicialmente de Start.Gov, é estruturar uma série de chamadas de startups para trabalhar na proposição de soluções inovadoras para problemas da cidade. Já a proposta Cidadão Único pretende integrar os dados do cidadão junto à prefeitura e ampliar e facilitar o acesso digital da população aos serviços públicos. As iniciativas foram desenvolvidas e votadas como as mais promissoras durante a 3ª Oficina de Ideação de Projetos do Pacto, que ocorreu nesta sexta-feira, 3, no prédio da Unisinos, na zona Norte.
O Pacto Alegre é um compromisso selado pelos atores públicos e privados mais capazes de impactar a cidade, com a missão de gerar as condições para que Porto Alegre se torne um polo de inovação com capacidade de atrair investimentos, fomentar o empreendedorismo, gerar e reter talentos. A ideia é alinhar as forças de todos os segmentos da sociedade em prol de uma agenda comum e do compartilhamento de recursos. A gestão do processo é coordenada pela Aliança para Inovação, que envolve Ufrgs, PUCRS e Unisinos, em parceria com a Prefeitura de Porto Alegre.
De maneira dinâmica, os representantes das entidades refletiram sobre o que seria relevante para melhorar a gestão da cidade. Após rodadas de debate e observação, os participantes foram divididos em quatro times, que tinham a tarefa de juntar e estruturar as ideias na forma de propostas de projeto, levando em conta requisitos relevantes de impacto, recursos, liderança e entrega. Foram propostas 15 ideias no total e depois selecionadas as mais apoiadas.
Para o secretário-adjunto municipal de Planejamento e Gestão, Daniel Rigon, a busca por uma capital mais moderna é o maior desafio do Pacto. “Tirar as pessoas da rotina é um fator motivador importante para que elas pensem, discutam e trabalhem por um novo futuro”, afirma. “Precisamos montar um ambiente propício aos negócios, que crie condições para gerar desenvolvimento econômico à capital e ao Estado”, acrescenta Alexander Leitzke, gerente de planejamento do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE).
Porto Alegre mais criativa
Para trilhar o desafio da inovação, Porto Alegre se espelha em modelos exitosos das metrópoles que mais estimulam o empreendedorismo no Brasil e na América Latina, como Rio de Janeiro, Florianópolis, São Paulo e Medellín, na Colômbia. A capital do departamento colombiano de Antioquia, por exemplo, deixou de ser a mais perigosa do mundo, entre 1980 e 1990, para se tornar uma das mais criativas. Graças a um projeto de continuidade que, ao longo de 20 anos, não foi afetado pelas trocas de governo a cada quatro anos.
Na avaliação do coordenador do Pacto Alegre, Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, a capital dos gaúchos tem grande potencial para virar referência mundial. Segundo ele, a transformação já começou com a mobilização da sociedade para selar o pacto e com ações concretas do poder público, como ampliar a agilidade nos licenciamentos e revitalizar pontos históricos, como o Quarto Distrito, a Orla do Guaíba e o Cais do Porto. “A inovação é vital para as cidades do século 21 reformatarem relações econômicas e sociais para gerar lugares com mais qualidade de vida”, explica.
Cronograma de reuniões dos macrodesafios
10 de maio – Talentos
17 de maio – Transformação Urbana
24 maio – Qualidade de Vida